CENA 14 – Interior / Sala jantar casa dos Einstein
À roda da mesa estão os pais, Einstein (16 anos) e a irmã. O ambiente é tenso. Comem em silêncio durante algum tempo. Percebe-se que a mãe e o pai trocam olhares entre si. Einstein e Maja fazem o mesmo, espiando-os.
O pai pousa os talheres. Fala com um tom pausado, escondendo mal a irritação.
HERMANN – Devias ter acabado os estudos no Gymnasium. Foi isso que ficou acordado. Em que é que pensaste para te meteres assim a caminho?!
EINSTEIN – Eu não queria estar lá sozinho, pai.
HERMANN – Qual era o problema? Sempre tiveste boas notas, sempre foste um dos melhores da turma! Era uma questão de tempo. Agora, saíres da escola com um atestado a dizer que estás perturbado…?!
PAULINE – Hermann, calma…
EINSTEIN – Não podia ficar lá.
MAJA – (num tom brincalhão) Eu prefiro tê-lo cá!
HERMANN – (seco) Disparate! Era importante acabar os estudos, será que não entendes isso, Albert?
EINSTEIN – Eu vou candidatar-me ao ETH. Se entrar, começo já a estudar para ter um curso…
HERMANN – Ao Instituto Politécnico?! Tu ainda não tens idade para entrar!
EINSTEIN – Não faz mal. Eu consigo.
PAULINE – Deixa-o tentar, Hermann.
HERMANN – Mas isto é tudo um disparate! Como é que este miúdo vai entrar se todos os outros têm mais dois anos que ele?!
MAJA – (sorrindo) Eu não tenho dúvidas de que ele é capaz, pai! Vai ser facílimo!
Pauline faz sinal ao marido para que se mantenha calmo.
EINSTEIN – Ainda há outra coisa…
Os outros três olham para Einstein.
EINSTEIN – Quero abandonar a cidadania alemã. Não vou entrar no serviço militar.
O pai levanta-se da mesa, sem saber como lidar com a questão. A mãe olha para Maja e faz-lhe sinal para que os deixe a sós. Maja sai.
A mãe agarra na mão de Einstein. Sorri ao de leve.
PAULINE – Vamos lá a saber: como é que vai ser isto? Pelos vistos, pensaste em tudo.
EINSTEIN – Sim, mãe. E vou conseguir.
Música, enquanto a câmara afasta o plano, vendo-se a conversa de longe.
VOZ OFF – Einstein não é admitido no ETH, o Instituto Politécnico Federal em Zurique, na Suíça. Embora as notas a Matemática e Ciências sejam extraordinárias, as das outras disciplinas ficam aquém do pretendido. Vai então estudar para Aarau, na Suíça, ficando hospedado em casa de um dos seus professores.
CENA 15 – Interior / Quarto de Einstein em Aarau
Einstein (17 anos) está estendido em cima da cama. Escreve qualquer coisa num bloco. Rasga a folha e começa uma nova.
EINSTEIN – (enquanto escreve) Os meus projectos futuros… Um homem feliz está demasiado contente com o presente para pensar muito sobre o futuro. Por outro lado, os jovens gostam de se ocupar de planos banais. Além do mais, é natural que um jovem sério tenha uma ideia tão exacta quanto possível sobre os objectivos a alcançar. (pausa) Se tiver a sorte de passar nos próximos exames, irei para o ETH, em Zurique. Ficarei lá quatro anos para estudar matemática e física. Penso tornar-me professor naqueles ramos das ciências naturais, escolhendo a parte teórica. (pausa) Eis as razões que me levaram a este projecto. Acima de tudo, é a predisposição para o pensamento matemático abstracto, falta de imaginação e de habilidade prática. Os meus desejos também me inspiram a mesma resolução. Isto é muito natural. Há também uma certa independência na profissão científica de que gosto muito.
À roda da mesa estão os pais, Einstein (16 anos) e a irmã. O ambiente é tenso. Comem em silêncio durante algum tempo. Percebe-se que a mãe e o pai trocam olhares entre si. Einstein e Maja fazem o mesmo, espiando-os.
O pai pousa os talheres. Fala com um tom pausado, escondendo mal a irritação.
HERMANN – Devias ter acabado os estudos no Gymnasium. Foi isso que ficou acordado. Em que é que pensaste para te meteres assim a caminho?!
EINSTEIN – Eu não queria estar lá sozinho, pai.
HERMANN – Qual era o problema? Sempre tiveste boas notas, sempre foste um dos melhores da turma! Era uma questão de tempo. Agora, saíres da escola com um atestado a dizer que estás perturbado…?!
PAULINE – Hermann, calma…
EINSTEIN – Não podia ficar lá.
MAJA – (num tom brincalhão) Eu prefiro tê-lo cá!
HERMANN – (seco) Disparate! Era importante acabar os estudos, será que não entendes isso, Albert?
EINSTEIN – Eu vou candidatar-me ao ETH. Se entrar, começo já a estudar para ter um curso…
HERMANN – Ao Instituto Politécnico?! Tu ainda não tens idade para entrar!
EINSTEIN – Não faz mal. Eu consigo.
PAULINE – Deixa-o tentar, Hermann.
HERMANN – Mas isto é tudo um disparate! Como é que este miúdo vai entrar se todos os outros têm mais dois anos que ele?!
MAJA – (sorrindo) Eu não tenho dúvidas de que ele é capaz, pai! Vai ser facílimo!
Pauline faz sinal ao marido para que se mantenha calmo.
EINSTEIN – Ainda há outra coisa…
Os outros três olham para Einstein.
EINSTEIN – Quero abandonar a cidadania alemã. Não vou entrar no serviço militar.
O pai levanta-se da mesa, sem saber como lidar com a questão. A mãe olha para Maja e faz-lhe sinal para que os deixe a sós. Maja sai.
A mãe agarra na mão de Einstein. Sorri ao de leve.
PAULINE – Vamos lá a saber: como é que vai ser isto? Pelos vistos, pensaste em tudo.
EINSTEIN – Sim, mãe. E vou conseguir.
Música, enquanto a câmara afasta o plano, vendo-se a conversa de longe.
VOZ OFF – Einstein não é admitido no ETH, o Instituto Politécnico Federal em Zurique, na Suíça. Embora as notas a Matemática e Ciências sejam extraordinárias, as das outras disciplinas ficam aquém do pretendido. Vai então estudar para Aarau, na Suíça, ficando hospedado em casa de um dos seus professores.
CENA 15 – Interior / Quarto de Einstein em Aarau
Einstein (17 anos) está estendido em cima da cama. Escreve qualquer coisa num bloco. Rasga a folha e começa uma nova.
EINSTEIN – (enquanto escreve) Os meus projectos futuros… Um homem feliz está demasiado contente com o presente para pensar muito sobre o futuro. Por outro lado, os jovens gostam de se ocupar de planos banais. Além do mais, é natural que um jovem sério tenha uma ideia tão exacta quanto possível sobre os objectivos a alcançar. (pausa) Se tiver a sorte de passar nos próximos exames, irei para o ETH, em Zurique. Ficarei lá quatro anos para estudar matemática e física. Penso tornar-me professor naqueles ramos das ciências naturais, escolhendo a parte teórica. (pausa) Eis as razões que me levaram a este projecto. Acima de tudo, é a predisposição para o pensamento matemático abstracto, falta de imaginação e de habilidade prática. Os meus desejos também me inspiram a mesma resolução. Isto é muito natural. Há também uma certa independência na profissão científica de que gosto muito.
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